sábado, 16 de junho de 2012

" Momentos únicos "



Pedro e Juliana cursavam a mesma faculdade onde se tornaram amigos inseparáveis. Estavam sempre de bom humor e a turma se divertia com suas palhaçadas.

Estavam no último período e nestes quatro anos só se encontravam na Faculdade, mas talvez por estar se aproximando a formatura Pedro começava a sentir um aperto no coração só de imaginar não voltar a ver Juliana.

Ele estava apaixonado por ela e não sabia como demonstrar seu sentimento. Ela continuava do mesmo jeito e sempre levava na brincadeira tudo que ele contava. Era só escutar sua gargalhada para saber que Pedro estava ao seu lado.

Aproveitando que ganhara dois convites para a pré-estréia do filme “Branca de Neve e o Caçador” foi direto fazer o convite para ela ir com ele. Juliana ficou super feliz, pois estava louca para assistir aquele filme e ainda mais em uma pré-estréia.

Chegaram ao cinema e foram logo comprar a tradicional pipoca e refrigerante. Como estava lotado resolveram entrar direto. Enquanto esperava o filme começar Juliana deu de brincar com a pipoca adornando o cabelo de Pedro com algumas. Adorava fazer suas brincadeiras e depois ria sem parar.

Pedro sorriu e ficou admirando-a dando gargalhadas. Aproveitou que seus olhos estavam fechados e não resistindo segurou seu rosto e tocou seus lábios com um beijo.

Juliana chegou a abrir os olhos, mas a sensação que sentiu ao ser beijada despertou o amor que tinha guardado em segredo no seu coração. Abraçou Pedro e se entregou aquele beijo que tanto desejou.

O filme começou e Pedro e Juliana ficaram abraçados sem precisar dizer uma só palavra. Só em se olharem e tocarem seus corações já demonstrava o sentimento que um sentia um pelo o outro. Uma história de amor passava na tela do cinema e outra estava bem e frente aproveitando cada minuto daquele momento único.


RSantos



Bloínquês
121ª Edição Visual
Imagem Projeto


sábado, 12 de maio de 2012

" O barulho da máquina de escrever "


O que levou aquele rapaz a estar usando uma máquina de escrever? O que será que estaria escrevendo e para quem?  Porque estava ali no quarto sentado na cama em vez de estar usando a escrivaninha? Tantas perguntas que me vinham à cabeça ao ver uma coisa tão sem sentido.

Um lugar de loucos aonde eu fui parar, mas também podia me considerar uma louca, viciada, que arruinei a minha vida que já não prestava para nada  mesmo. Já estou aqui a quarenta e dois dias e acho que o pior já passou, mas meu corpo está tão fraco, sinto dores em todos os lugares e nunca sei se o que estou vendo é real ou se estou sonhando.

Coisas estranhas aconteciam todos os dias que me deixavam sem reação. Vivia num mundo onde as paredes pareciam ser transparentes e podia enxergar a todos dentro de seus quartos. Sabia tudo e a minha mente não parava de pensar, os meus olhos estavam sempre atentos ao mais simples movimento. Precisava dormir, mas o sono não vinha e a noite era longa. Uma noite onde não estava sozinha porque muitos também não conseguiam dormir.

O som das teclas da máquina de escrever faziam eco no silêncio da noite. Era o sinal de que muito o rapaz, do quarto ao lado, tinha para colocar naquele papel e aquelas batidas estavam me deixando alucinada, minha cabeça parecia que ia explodir. Queria correr lá e arrancar aquela máquina e quebrá-la toda, mas não tinha forças para me levantar. O tempo ia passando e eu ainda estava de olhos abertos, mas já não me perturbava muito o barulho que passou a me fazer companhia.

O dia começava a clarear quando o toque da máquina parou. Fiquei naquele silêncio e sem sentir devo ter adormecido.  Acordei desesperada com falta de ar e comecei a gritar para ver se alguém vinha me ajudar. Tinha medo de abrir os olhos e ver que algo de muito ruim tinha acontecido.

Estava toda encolhida e tremendo de frio quando entraram pela porta do meu quarto. Começaram a conversar comigo, mas eu não escutava nada do que diziam. Abriram meus olhos, minha boca, colocaram uns aparelhos no meu peito, no meu braço e depois tomei um remédio.

Gosto quando fazem isso porque me sinto melhor e então posso sair para passear.  Voltei lá no quarto do rapaz, mas ele não estava mais lá e nem a máquina de escrever. Corri para perguntar ao enfermeiro que estava no corredor e ele disse que não esteve ninguém naquele quarto e muito menos escrevendo a máquina. Eu falei para ele que tinha visto e escutado o toque a noite toda, mas ele falou que sonhei.

Eu não podia estar ficando louca e tinha a certeza do que vi. Parecia até com meu pai quando tinha que escrever algum artigo para o jornal. Era assim mesmo ele ficava trabalhando a noite toda e lembro que muitas vezes a mamãe vinha dormir comigo na minha cama. Eles sabiam que estavam indo ao encontro da morte, impossível não saber.

Escutei baterem forte na porta e então aqueles homens invadiram a nossa casa, começaram a bater no papai e a gritar. Lembro que mamãe me escondeu debaixo da cama e pediu para eu ficar quietinha. Fiquei com muito medo, mas a mamãe pediu para eu não sair e tinha que obedecer. Escutei muito barulho, gritos e o choro da minha mamãe, mas depois tudo ficou em silêncio e eu acabei pegando no sono. Quando acordei todos já tinham ido embora. O homem me disse que eles foram ao encontro da morte e não puderam me levar.

Vai ver que o rapaz também estava escrevendo para o jornal e foi levar o que tinha escrito antes que os homens ficassem bravos com ele.  Espero que volte para poder perguntar a ele.  Agora vou aproveitar para descansar e dormir sem escutar o toque da máquina de escrever.


Rs

115ª Edição Conto/História
 Tema: "Eles sabiam que estavam indo ao encontro da morte, impossível não saber"- Patrícia Cornwello 

ism

sábado, 28 de abril de 2012

" Um fantasma em minha vida "



Muitas vezes me pergunto se precisava ter me casado com o Antonio só porque estava grávida.  Um casamento que durou pouco tempo, mas que deixou nosso filho Benjamim. Um elo que nos unirá para sempre independente de nossa separação.

Foi na Faculdade que nos conhecemos, começamos a namorar e como jovens adolescentes nos entregamos aos encantos da paixão, do amor sem nos preocuparmos com as conseqüências. Sendo de uma cidade pequena onde o seu pai era pessoa influente nos casamos com todas as honrarias, mas depois de seis meses vivendo no mesmo teto comecei a conhecer o verdadeiro Antonio. 

Um homem que achava que o poder estava em suas mãos e que tudo tinha que ser como ele queria. Teve ocasiões que chegava bêbado em casa e esquecia que era sua esposa e procedia comigo como se fosse uma "mulher da vida".

Fui criada pela minha avó, pois perdi meus pais em um acidente quando ainda era criança. Hoje a minha avó Nina já está muito velhinha e vive com sua irmã mais nova, tia Isa.  Quando decidi me separar fui correndo falar com ela que me deu total apoio. 

Pedi à separação que apesar de tudo foi amigável o que me estranhou muito. Fui morar com a avó Nina e tia Isa levando meu Benjamin que estava completando um aninho. Durante algum tempo dediquei minha vida totalmente ao meu Benjamin. 

Quando já estava com cinco aninhos retornei aos meus estudos, comecei a trabalhar em uma galeria de arte. O Benjamin freqüentava a escola pela manhã e a tarde ficava com as avós que o adoravam e tinha que ficar de olho para não fazerem todas as vontades do menino.

Comecei a sair com alguns rapazes, mas o que me preocupava é que não passava do primeiro encontro e depois nenhum deles voltava a me procurar. Cheguei a pensar que ia viver sozinha para o resto da vida, que o fato de ter um filho assustava aos rapazes.

Quantas vezes chorei de tristeza até que conheci o Douglas, um empresário que se estabeleceu na cidade inaugurando uma concessionária de carros.

Começamos a namorar sério, ele se dava muito bem com Benjamin e a minha vida se tornou um paraíso. Estava completamente apaixonada. 
Quando era a semana de Antonio pegar o filho nós aproveitávamos para viajar e curtir o nosso amor. Foi em uma dessa viagens que tive um pressentimento que estava sendo seguida por alguém, mas Douglas me dizia que era fruto da minha imaginação.

Estávamos na estrada de volta para casa quando Douglas recebeu uma ligação que sua loja havia sido arrombada. Que quase todos o seus carros estavam arranhados, com vidros quebrados, pneus furados, etc.

Quem poderia ter feito aquilo em uma cidade que estava crescendo e que poucos casos dessa natureza ocorriam? Claro que Douglas iria ser ressarcido pelo seguro, mas queria saber quem era o autor. Quem queria sua ruína, quem era seu inimigo ?

O que ninguém sabia é que ele mesmo havia instalado um sistema de câmeras ligado ao computador. Foi direto para ver as cenas do que havia sido gravado e para sua surpresa viu que o autor tinha sido Antonio junto com dois homens que ele desconhecia.

Olhando para mim que estava petrificada com o que assistira ele me disse:
- Está vendo Sofia quem é o fantasma que quer acabar com sua vida e agora com a minha.

Agora eu sabia que fora Antonio que sempre fez tudo para que eu não tivesse ninguém para dividir o amor de Benjamin com outro homem. Só que ele esqueceu que a força do amor vence qualquer obstáculo.


RSantos

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

" Feliz Ano Novo"



Se eu pudesse deixar algum presente à você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo a fora. 

Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem.

A capacidade de escolher novos rumos.

Deixaria para você, se pudesse, o respeito aquilo que é indispensável.

Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse,
um segredo: o de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrara saída.

 - Mahatma Gandhi -


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