sexta-feira, 4 de junho de 2010

"O NOSSO ANJO DA GUARDA"

"Os ventos que as vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado.
Pois tudo aquilo que é realmente nosso,  nunca se vai para sempre... (Bob Marley )"


Alice tinha 5 aninhos e era uma menina muito triste , pois havia perdido sua mãe muito cedo. O seu pai, Pedro, trabalhava como promotor de uma fábrica de café que o fazia viajar pelo Brasil afora e ficando várias semanas ausente.

Os avós maternos de Alice nem a conheciam, pois não tinham aprovado o casamento de sua filha e só existia mágoa em seus corações. Sendo assim só restou a Pedro deixar a filha sobre os cuidado de um casal vizinho , que recebia uma ajuda para isso, mas não davam muita atenção aos seus caprichos, os cuidados eram precários fazendo o mínimo indispensável – viam aquilo como uma fonte de dinheiro.

Tão pequenina e já conhecia a dor da solidão e também a ausência do carinho materno. Ficava feliz quando o pai retornava de suas viagens onde se entregava aos seus carinhos e afagos. Vivia grudada a ele, deitada em seu colo e curtindo ao máximo aqueles poucos momentos que podia estar em sua companhia. Durava muito pouco e logo o pai já seguia viagem novamente.

Num belo dia estava Alice no portão de sua casa, sempre triste e sózinha, e viu se aproximando até ela uma mulher, jovem de uma singela beleza e um sorriso angelical. Sentiu uma atração imediata por aquele olhar bondoso e pelo cheirinho de seu perfume.
 A mulher estendo a mão para a menina , docilmente perguntou:
- Quer dar uma passeio comigo ?

Alice sem falar nada lhe deu a mão e foram caminhando juntas. Passearam pelos jardins, andaram por vastos parques e foram seguindo passando por algumas ruas e, numa delas, havia uma linda casinha rodeada por um lindo jardim cheio de flores de todas as cores.

Como por um encanto a Jovem mulher falou para Alice que ali moravam os seus avós e que ela fosse até lá .
- Bata na porta e diga a eles quem você é – enfatizou a mulher.

Alice caminhou em direção a porta e mais do que depressa deu duas batidas. Escutou uma voz que perguntou quem era e ela respondeu:
- Sou  Alice ,  filha da Tereza.

Enquanto esperava apertava os olhinhos para ter certeza de que não estava sonhando.
Devagarinho a porta foi se abrindo e sua avó apareceu e ao olhá-la ficou espantada. Estava vendo o retrato fiel de sua filha que tinha morrido há alguns anos atrás. Vivia triste desde a sua morte, pois não a via desde que tinha saido de casa, contra a vontade dos pais, para se casar com um rapaz pobre e com pouca cultura.

Emocionada e sentindo o corpo a tremer a senhora chamou o marido e ficou curiosa em saber como Alice havia chegado até ele. A menina contou que fora uma mulher e que não sabia qual era o seu nome.

Os avós pegaram Alice pelas mãos e a conduziram até a sala e mostraram um quadro na parede com o rosto da sua filha e ela mais do que depressa disse:
- É ela a mulher que me trouxe até aqui.

Emocionados e com os olhos cheios de lágrimas eles abraçaram a neta com muito carinho e nunca mais a deixaram ir embora e a felicidade chegou para Alice.

Os avós acreditavam que um milagre havia acontecido, pois sua filha, desde menina , vivia sempre falando com os anjinhos e a avó se dirigindo ao marido falou cheia de emoção:
- Ela acreditava em anjos, e por acreditar, eles existiam e hoje sabemos que eles se encontram juntinho de nós , sempre velando pelos que se foram e cuidando de nós.
Rene Santos
Primeira Edição - Frase do Livro

Este conto me foi inspirado em uma das muitas histórias que li e ouvi , algumas quando pequena.  Tenho vagas lembranças e vou pegando o pouco que minha memória guardou e deixando a minha imaginação cuidar do resto. Hoje me sinto agora no lugar inverso contando lindas histórias para os meus netos e esperando mostrar um pouco desse amor que anda tão abalado no mundo de hoje.
          

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