segunda-feira, 7 de junho de 2010

"Seguindo o meu destino"

Cursava o último ano do segundo grau num Colégio Estadual e ia de ônibus todos os dias e, quase sempre, na volta, me encontrava com um rapaz que morava num prédio em frente ao meu. Com o passar do tempo ficamos amigos passamos a sair juntos, ir ao cinema e assim nasceu o nosso amor - o meu primeiro namorado – meu primeiro amor. Tudo era lindo, não passava um minuto sem pensar nele, sem falar dele, minha vida era um conto de fadas.
Seus pais eram separados e ele morava com o pai que trabalhava o dia inteiro deixando ele sozinho a maior parte do tempo. Isso lhe permitia uma liberdade que muitos rapazes na idade dele, 17 anos, não desfrutavam e tinha uma turma de amigos que muitos eu nem conhecia.
Continuamos namorando, nosso relacionamento foi amadurecendo, meus pais gostavam muito dele e já freqüentava a minha casa na maior intimidade.
Um belo dia a minha mãe com uma cara de poucos amigos, disse que precisava falar muito sério comigo – fiquei logo preocupada com o que vinha por aí. Fomos para o quarto e lá ela me contou que o zelador do prédio havia informado que o meu namorado várias vezes, depois que saía lá de casa, retornava com um ou dois amigos e isso chamou atenção dele que, investigando, descobriu que iam para o andar onde era meu apartamento e ficavam usando drogas no corredor. Fiquei pasma sem dizer uma só palavra e no silêncio mortal, todos os detalhes de repente se encaixaram, numa explosão de intuição que meu coração já suspeitava.
Como podia acreditar no que estava ouvindo... não queria acreditar ... havia pressentido que algo não estava certo... havia me dito que já não usava drogas e agora recebo essa notícia!
Meus pais foram enérgicos proibindo o nosso namoro o que não aceitei, achava que podia ajudá-lo a sair dessa. Mamãe havia me contado que isso era ilusão porque ela e papai foram conversar com o pai dele que bem secamente disse: - “Meu filho é um caso perdido”.
Dando às costas para tudo isso, achando tudo possível, lindo o nosso amor, namorei por algum tempo às escondidas e, tristemente, fui vendo que o vício que o consumia era mais forte e destruidor que o “meu amor” e isso foi me partindo em pedacinhos e não tinha mais vontade para nada.
Meus pais preocupados faziam de tudo para me reanimar, me agradar, mas a tristeza e a dor me consumiam.
Chegaram às férias escolares e fomos para a nossa casa de praia e lá até conseguia, por alguns momentos, relaxar com a beleza do lugar – o mar, o por do sol, o jardim da casa, que era meu refúgio. Foi nesse jardim entre os arbustos que a minha mãe me encontrou sentada no chão chorando. Ela me estendeu a mão me levantando e disse que eu deveria acordar para a vida, que era muito jovem e teria muito ainda o que viver muitos amores ainda por vir, e que isso era só o começo da minha vida e que eu estava deixando de ser aquela menininha e me tornando uma mulher.
Essa foi a história do meu primeiro amor, mas que, apesar de tudo, valeu como um aprendizado. Seguindo o meu destino passei a olhar a vida de outra forma e isso só me engrandeceu como ser humano.
Rene Santos
 47a. Edição - OUAT


Versão 2
(imagens retiradas da NET)

3 comentários:

Naty Araújo disse...

Eu queria muuuuuuito participar, mas dessa vez não vou competir não...
to meio cansada de digitar e pensar kkk.

Mas tenha certeza que seu texto está ótimo, querida
Boa sorte.

Beijão... agora voltei com tudo.

Charles Bravowood disse...

"no silêncio mortal, todos os detalhes de repente se encaixaram, numa explosão de intuição..."

gostei, sim, tanta gente nessa mesma realidade, fico pensando e se fosse comigo?

Charlie B.

Naty Araújo disse...

Beijos, linda!

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